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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Tem Coisas Que a Gente se Apega (1999) - Tiro de laço

Tiro de laço é quando um índio campeiro
Espicha o braço e a armada corta o vento
Cerra certeira nos dois “tôco” e vem o gancho
Depois recolhe e vai amarrando nos tentos
Tiro de laço é o pealo de cucharra
Quando se abre a porteira da mangueira
Nas duas patas é onde a armada cerra
E o touro berra e deita beijando poeira
Tiro de laço é pegá por sobre o lombo
Se dá pescoço é mais dificil segurar
Aumenta a força e o matungo corcoveia
O boi pateia e não é fácil de afirmá

Grita o xirú, o touro berra, o laço corta o espaço
Cerra os dois tôcos, cincha nos tentos
Sai o peão pacholando, que baita tiro de laço

Acho bem lindo um pealo num redomão
Ou num gavião que anda mal acostumado
Lembro das lidas de quando nascem terneiros
Em que peleava orelhando pra ser curado
Tiro de laço salvação do carneador
Quando o boi gordo pressente o aço afiado
Dando-lhe pata se bandeia pra restinga
Não sabe ainda que ao costear vai ser laçado
Então o guapo leva o maula pro palanque
Na “iapa” boi noutra o pingo “guenta” o guascaço
Mas o matreiro deu churrasco pra peonada
Que entusiasmada exalta o tiro de laço

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