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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Explosão Fandangueira (2003) - Alma de gaúcho

Da tempra xucra dos galpões
Do meu rio grande
Forjei manh’alma de gaudério e andejano
Da fumaça do pai de fogo campeiro
Se mesclando co’a geada e o minuano
Quebrei queixo de bagual mui redomão
E fiz cavalo de encilha e camperiada
De angico fiz palanque pro alambrado
Pra separar um a um as invernadas
Do santafé tirei coberta pro meu rancho
Que foi plantado na volta de um corredor
Cortei o mato fiz lavoura pro sustento
Do couro cru tirei os tentos pro fiador
Trancei o laço fiz maneia e buçal
Fiz vigeiras, cangas, brochas e bornal
Amansei pampeiros para puxar o arado
E a estrela guia pra tratar do meu bagual


Trago comigo esta alma de gaúcho
Que sintetisa o amor xucro pelo pago
E apesar dos sofrenaços e descasos
Sigo garboso de sombreiro bem tapeado


Trago a bagagem na garupa desses anos
Nas coisas simples que observo com paciência
As luas certas de castrar e de enfrenar
Que só se aprende com o tempo e a experiência
O respeito e a humildade nas palavras
O jeito simples de um aperto de mão
São maneiras e costumes desta gente
Que mantem viva as heranças deste chão
Carrego um santo por debaixo dos pelêgos
Pra tirar manha de cavalo aporredao
Já pingo feito num desfile de setembro
Vou recordar nossos heróis antepassados
Isso são coisas que trago como sagradas
Passam-se os anos e ainda as mantenho vivas
Repassando as gerações que hão de vir
Pra que a essência do rio grande sobreviva

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